O que dizer depois de tanto tempo procurando o caminho de volta?
Duas moças que se perderam no caminho da felicidade...um encontro.
Eu tô chegando, amor...
Eu tô te esperando, amor...
E nada!
Esse foi meu mantra dia a dia, noite a noite, pra ser mais precisa!
A ficha que em mim só costuma cair depois de alguns dias da lapada – me fez ficar de molho seis dias em casa, inerte. Morri pro mundo, morri pra mim. Sofri por dezesseis dias sem cessar, dias amargos... noites intermináveis.
Esqueci que aqui vivia alguém que era motivo de alegria para outros, e que tinha outras pessoas que dependiam dela. Fui egoísta, sofri como nunca tinha sofrido antes... desejei sumir, não mais existir, desejei a morte, por vezes implorei que ela viesse ao meu encontro- não sou tão corajosa pra me jogar nos braços dela! Eu dormia pedindo a Deus para não mais acordar. E quando acordava tinha a certeza de que ele não me ouvia, ninguém me ouvia.
E cadê você que tinha me prometido um mundo novo e desapareceu com o único mundinho que eu tinha? Êpa, lá! Você prometeu trocas, não roubos...
Linda, tu me tiraste o chão, a alegria, os dias de sol, o gosto pela vida. Fui privada de teu corpo, de tua pele, de olhar para ti e sonhar, de ser feliz só de presenciar um sorriso teu. Fui impedida de sentir teu cheiro...
Me deixaste em completo desamparo. As noites me consumiam tanto que durante o dia eu não era mais que um zumbi realizando atividades com o botão do automático ligado.
O que produzir enquanto estavas longe? Nada. Estive completamente improdutiva, incapaz.
Me senti uma fraca por ter cedido tanto aos teus caprichos, por te deixar invadir tanto a minha vida, por te desejar tanto, por me submeter tanto, por amar tanto e demonstrar tudo... me senti pequenininha por não suportar tanto sofrer... por não saber cessar, nem ao menos amenizar a dor. E por que TANTO?
Foi esse o motivo de tanto sofrer- excesso, e não falta?
Foi excesso de um tudo, um excesso que explicava um único medo- o que tive desde o primeiro momento em que te beijei- medo de te perder!
E pra ter você por longos e longos tempos dei e recebi mais do que podia. Na medida, desmedida!
Estive envolvida por completo no nosso amor desregrado que chegou e parou por um tempo o próprio tempo... me fez viver tanto! Tínhamos um tempo próprio, um não tempo, na verdade... aproveitamos minuto a minuto do relógio.
Essa loucura (não, isso não pode ser amor!) me fez gargalhar na cara de todo aquele que discordasse de que aquilo era sadio.
Ao invés de pingos, nos consumimos aos goles. Quem me conhece sabe... bebo muito rápido!
Te dei tudo, até meus sonhos. E nessa brincadeirinha toda... uma foi pegando emprestado, sem devolver, o que tinha de melhor na outra.
Roubei um mundo de você, te dei uma lembrança eterna, roubei momentos que não voltam mais e te tirei da tua vida por inúmeras vezes. É claro que depois dessa troca descontrolada- em que hora se doava, hora se era roubada, hora recebia, hora roubava- não poderia ter me restado nada, só um vazio e saudades eternas.
Ah, sim... me restaram ainda lembranças... a lembrança de teu corpo no meu corpo... por dias não pude me olhar no espelho porque te via.
Mas dizem que pecar pelo excesso é melhor que pecar pela falta, hum... não sei!
É pode até ser...
Te esperei amor, te encontrei, te senti, me encontrei em ti. Não sei por quanto tempo mais vai durar, anos, meses, dias, minutos talvez... Mas decidi comprar um medidor, só vou me doar até onde eu ver que posso suportar. Na verdade as trocas serão pautadas no critério do resgate.
E o papo de viva intensamente!? Está de pé... viver intensamente com você é uma máxima pra mim, mas... só vou te dar o que puder recuperar com mínimos arranhões no final.
#É isso, aprendi a dizer NÃO e a impor limites. Até quando vou usar o medidor? Não sei. O coração? Este já é seu, não rola resgate! Mas se um dia devolveres e ele estiver muito lascado, deixa estar, a vida o conserta! Descobri que não se morre de amor, pelo menos não uma morte em morte, se morre sim uma morte em vida, diariamente a vida perde sentido. Mas tem cura, viu? Os amigos me ajudaram muito... te ter de volta, pelo menos por enquanto, valeu de um tudo... tô renascendo, aos poucos!