quarta-feira, 20 de abril de 2011

Eu desejo...

Hj acordo de um estalo de sono- é... tava exausta e cochilei uns 20 minutos, e a dúvida me consome por inteira, faz eu parar de chorar e me por a pensar...

E se eu tivesse feito uma cena, ela teria me deixado?

Havia dúvida demais em suas palavras... O teu – eu não quero te querer mais, eu to exausta, acabou, cansei! Essas palavras, moça, carregavam um eco de querer...

Talvez esse seja o grande problema – ainda nos queremos muito! E isso era visível nas tuas mãos frias, no rosto vermelho banhado por lágrimas, na boca trêmula...  Nas nossas mãos inquietas que usavam o cabelo e o rosto como desculpa para não buscar o corpo da outra.  O nosso querer tava no teu olhar desesperado que parecia perguntar a todo tempo: o que é que eu tô fazendo? No meu olhar atônito, incrédulo do que acontecia, passivo... só dando passagem a uma ou outra lágrima que n demorava muito pra rolar – no choro contido. Não, meu olhar nada te disse, nem eu... permaneci calada... mas te quero! Eu n me defendi, n te acusei, n argumentei, n te sacudi, n te abracei, n implorei... nada! Eu poderia ter feito tanto e nada fiz.

É... quem me conhece bem deve estar espantado com minha reação... como assim n falou nada? Tu, n pode ser! É meu povo, tb me assustei comigo! Simplesmente n consegui... eu tava em outro mundo... tava completamente sem chão, sem lar, sem ar... instalou-se em mim o que Miriam Campello chama de orfandade e o que eu intitulo de vazio sem fim, mas que ali foi traduzido em vazio sem eco.

Talvez o meu silêncio seja explicado pelo fato de que a minha mania de manter promessas, inconscientemente, foi acionada. De acordo com a minha pessoa (meses antes) qualquer decisão que você tomasse, qualquer uma, seria apoiada, eu aceitaria cegamente, sem contestar.  

Tá doendo, sangrando, viu?   Saiba disso! Não te poupo da minha dor... tá doendo mais do que eu posso suportar.

Então... diante das circunstâncias... quebro promessas e mudo tudo - Não aceito mais a sua decisão. Não, não aceito que você me abandone! Não e ponto.

Tanto pra dizer... mas a dor e as lágrimas impedem o meu raciocínio... e o pior de tudo é saber que vc ainda me quer- Se n me quisesse mais eu entraria na vibe de me conformar... mas como me conformar com isso, como?

É sofrido demais... tá sofrido demais!

No email de hoje cedo você disse que eu podia pedir qualquer coisa... se eu precisar te ver, eu posso ligar... você n vai me deixar só nessa. Louca suas palavras, porque quando se deixa o outro minha linda, não seja ingênua ele está só. E n seja ingênua 2X – se n for voltar é melhor que ele se foda sozinho, n se pode sofrer junto se você é a causa do sofrimento.

Entendendo o pode pedir qualquer coisa como a concessão de um desejo, um último desejo, então vai...

Eu desejo que o teu desejo hoje se sobreponha a tua racionalidade. Me deseje. Me procure. Não pense! Para ser mais precisa, clara e objetiva- trocadilho infame- pense... pense sim. Mas pense em mim! Esqueça das consequências, são apenas travas que nos impedem de agir.

Você tem seu tempo... espero o quanto for preciso... demora muito não, morro um pouquinho a cada dia.

#É isso moça, volta... hoje, amanhã, na próxima semana, daqui a um mês, em um trimestre ou semestre, sei lá... até daqui a um ano, ou mais... mas volta, senão eu n sei mais de mim!

Um comentário:

  1. "Polisipo, em grego, significa "pausa na dor".
    Têm sido, estes dias, polisipos.
    Que os teus também.
    Muito amor..."

    Caio Fernando Abre

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